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Who run the world?

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Who run the world?

No Dia da Mulher, nós que falamos sobre hábitos, planejamento e rotina e temos um projeto com 97% do público feminino, temos muito o que dizer.

Não deveríamos mais explicar o sentido do Dia da Mulher, mas como a sociedade ainda vende esse data como comercial, precisamos falar da luta. Da nossa luta.

08 de março

Caso você não saiba muito, segue uma breve descrição desse dia:

O Dia Internacional da Mulher é uma data que foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Simbolizada pela luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens.

Após décadas de engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua causa, o dia foi de fato oficializado. Há inúmeras histórias ligadas ao dia 08, mas nada que de fato remeta a data escolhida, mas sim aos diversos acontecimentos.

Who run the world?

Escolhemos alguns temas para abordar hoje:

  • Mulheres são mais impactadas na Pandemia
  • O trabalho invisível das mulheres
  • Alta performance: por que mais homens?

Mulheres são mais impactadas na Pandemia

Em março de 2020, assim que a Pandemia explodiu, inúmeras pessoas passaram a trabalhar remotamente, tanto homens quanto mulheres.

  • No entanto, segundo pesquisa, 72% das mulheres passaram a monitorar ou cuidar de alguma pessoa.
  • E com aumento da demanda, a participação das mulheres no empreendedorismo diminuiu. Com o aumento das tarefas e a sobrecarga, a presença das mulheres no empreendedorismo diminuiu consideravelmente, segundo o Sebrae.

No 3º trimestre de 2020 havia, segundo o Sebrae, cerca de 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil. Desse universo, aproximadamente de 8,6 milhões eram mulheres (33,6%) e 17 milhões, homens (66,4%).

  • Mais de 7 milhões de mulheres precisaram deixar seus empregos. 2 milhões a mais que os homens. Resultando no aumento de 20% da violência doméstica, segundo dados.

Poderíamos escrever muito mais sobre o impacto da pandemia na vida das mulheres, mas basta jogar no Google que vemos o quanto somos nós quem sofremos por qualquer mudança global.

O trabalho invisível das mulheres

Um estudo feito pelo IBGE mostrou que em 2019 as mulheres dedicaram 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres da casa. E com a chegada da pandemia do COVID esses números claramente só aumentaram, como vimos a cima.

Não falando apenas das tarefas domésticas, mas considerando também as tarefas do trabalho.

Quantas vezes presenciamos mulheres sendo mais sobrecarregadas? Estagiárias fazem café, pegam água, auxiliam aqui e ali enquanto estagiários permanecem exercendo apenas — o certo — as demandas do estágio.

Sem deixar de citar as mulheres que também são mães e trabalham. Em alguns casos dividem tarefas com os pais, mas ainda precisam lembrar do que falta no armário, organizar partes da casa que muitos nem sabem que existe e lembrar de pagar alguma conta.

Além de ser mulher, profissional e mãe, passa a cuidar também de tarefas que deveriam ser divididas.

Alta performance: por que mais homens?

Exerço publicidade há anos e sempre me indignei com alguns direitos vetados às mulheres. Com o passar dos anos fundei o Hábitos que Mudam. Com o intuito de melhorar a rotina, o planejamento e ajudar mulheres a tirar projetos do papel, percebi algumas coisas que inconscientemente eu já sabia:

  • Não nos ensinam a escolher esportes e nos afastam das práticas de atividades físicas (desde a escola)
  • Não sabemos que temos direito à hobbies e a tempo de qualidade
  • A rotina para mulheres está mentalmente ligada às tarefas domésticas
  • Queremos empreender
  • Temos dificuldade em manter hábitos, pois passamos 24h em funções

Tudo isso nos distancia da chamada – alta performance – já que:

  • Dormimos menos
  • Trabalhamos mais
  • Temos menos acesso à atividades físicas que se relacionem com a gente
  • Estamos sempre em função de algo
  • Precisamos estudar mais, considerando que apenas 3% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, mesmo sendo nós as que lidam melhor com crises, como a pandemia mostrou.

No ano passado li um livro com o nome do meu termo preferido “Rotina Criativa” e me espantei ao perceber que a maioria das rotinas citadas eram de homens. Sim, me espantei. Imaginei que se tratando de rotina criativa, teria mais mulheres ou o mesmo número, mas percebi que rotina criativa estava sendo referida como alta performance/hábitos saudáveis: acordar cedo, dormir cedo, praticar atividades 2x no dia e por ai vai.

Quem segue o Hábitos no Instagram sabe que tento a 3 anos ajudar vocês a incluírem hábitos saudáveis (segunda a ciência e a medicina) nas suas rotinas a fim de atingirmos sim mais produtividade, clareza, propósito e tempo de qualidade. O que eu considero alta performance.

Mas quando falamos de “rotina criativa” precisamos ir além de tudo isso. E as mulheres mais pobres, pretas, mães, que trabalham, estudam e empreendem? Rotina criativa é mais que isso. É um estilo de vida, mas também uma mentalidade para ter uma vida com significado que muitas nem direito tem.

Nesse dia, eu, Laris, fundadora do Hábitos que Mudam, mãe, publicitária e empreendedora quis trazer esses três pontos para vocês avaliarem e dizer:

Continuem! Apenas continuem!

Se nos ocupam com tarefas que não são nossas, podemos ocupam espaços que são nossos por direito.

Não é a toa que o crescimento de mulheres no empreendedorismo é cada vez maior. É difícil tentar o tempo todo e só tomar rasteira, por isso estamos criando os espaços que queremos pertencer.

Contratem mulheres e mães. Comprem de mulheres.

E contem comigo para construir uma vida com significado, resistência e empoderamento.

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